sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Linguajares

As seguintes especificidades(leia-se manias incompreensíveis), entre outras, do linguajar do Porto e área metropolitana envolvente deviam dar direito a execução sumária:

1. 'Espilrro' para Espirro (???)

2. 'Meia-Hora' para 12h30 (???)

3. Usar o presente do indicativo como se fosse pretérito perfeito

'Falamos' em vez de Falámos, etc.

domingo, 15 de novembro de 2009

Galáxias ou Neurónios?



Dezenas de milhares de Galáxias compõem uma imagem que faz lembrar uma estrutura de neurónios. A explicação desta estrutura aqui.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sou daquelas pessoas que vai querer escrever sempre com o antigo acordo, por diferentes razões...

Parece-me errado o pressuposto de se alterar uma Língua para se facilitar uma economia de Cultura. A economia deveria sustentar a cultura, não o contrário e na realidade a verdadeira cultura passa por reconhecer e evidenciar os pontos de contacto entre as diferenças, multiplicar os pontos de vista e a riqueza dos diferentes modos de escrita e não criar um denominador comum que, no seu todo, é menos rico e menos inteligente.


Depois a ortografia das palavras não valem apenas pelo que dizemos, mas transportam também a raiz da palavra pelo que ignorá-lo parece-me um pressuposto deficiente e pobre. Não é por acaso que uma das riquezas da língua portuguesa é a distância entre o que se escreve e o que se diz e, claro, o espaço todo que há entre essas duas línguas, que afinal são apenas uma.


Mais, a Língua Portuguesa sempre foi o princípio unificador da identidade portuguesa, pelo que deve evoluir pelo seu caminho e não com o objectivo de trazer mais meia dúzia de trocados a meia dúzia de produtores e editores. Ainda mais se atentarmos no exemplo E.U.A. e Reino Unido: o inglês deles é muito diferente e os mercados culturais não sofrem com isso...(adoro a diferença entre doughnuts e donuts - os americanos nunca vão perceber porque é que aquelas "noz" de massa se chamam Donuts, já os britânicos sabem exactamente porque é que se chama Doughnuts! É a tal pobreza etimológica da ortografia simplificada. O formato argola veio mais tarde!)


Irrita-me também que me pareça isso uma tentativa de diminuir o analfabetismo que grassa neste país... simplificar não é necessariamente evoluir...
E há ainda as palavras que mudam a ortografia ou têm dupla ortografia de onde desaparecem letras que lemos... Facto - fato; aritmética - arimética; amnistia - anistia; enfim...
Já tive a triste experiência de ler um jornal com o novo acordo e juro que fiquei irritadíssimo com o linguajar maltrapilho que é este novo Português que foi acordado...


Sou contra a que se obrigue a Língua a romper em vez de deixar que evolua na sua própria velocidade... e contra a que se eliminem as diferenças... essa enfermidade pan-europeia, essa pandemia de aproximar eliminando as diferenças é tola, parva, ignorante, idiota e também imperialista e perigosa...
Devemos cultivar a diferença de cada povo e sermos capazes de sermos únicos e genuínos, ao mesmo tempo que cultivamos o gosto pela tolerância ao vizinho, ao outro... isso sim é riqueza... mas dá trabalho a essas mentes congeminam uma nova ordem mundial....

Deixo uma pérola de Teixeira de Pascoaes:

"Na palavra lagryma, (...) a forma da y é lacrymal; estabelece (...) a harmonia entre a sua expressão gráfica ou plástica e a sua expressão psicológica; substituindo-lhe o y pelo i é ofender as regras da Estética. Na palavra abysmo, é a forma do y que lhe dá profundidade, escuridão, mistério... Escrevê-la com i latino é fechar a boca do abysmo, é transformá-lo numa superfície banal."

Eu gosto da ideia dele...
Essa é a minha opinião... mas sou um pouco conservador: assusta-me a morte das coisas...