Ora bem, ninguém mordeu o isco que foi o artigo a gozar com os bermelhos do sul, o que me leva a uma de várias conclusões possíveis: este blog é como as crónicas nos diários gratuitos, ou seja, ninguém lê, nem quem escreve se está nas tintas para o que vomita para a folha (ou ecrã se usarem o
Word). Num blog, quando ninguém escreve, ninguém lê, e vice-versa.
A razão para ninguém escrever parece-me simples. Este cantinho da net foi forjado nas chamas da discórdia e da reacção, e agora que esses sentimentos aparentemente desapareceram, ou pelos menos, atenuaram, o ímpeto de criar novas entradas também diminuiu. É pena, mas confronto e desentendimento geram fascínio. Se Júlio César tivesse, na década de 50 a.C., resolvido ficar em Roma a deliciar-se a deglutir ratos assados mergulhados em mel, em vez de esmagar celtas gauleses sob o comando de Vercingetorix em Alésia, dificilmente os seus feitos tinham perdurado tanto até aos nossos dias. Se ser portista não fosse desculpa para chamar nomes aos fanáticos de outros clubes, o futebol era um jogo de 22 paneleiros a dar chutos numa bola e a atirarem-se para a chão enquanto se contercem em pseudo-dor porque um adversário lhe respirou em cima com muita força.
Fora as excepções honrosas, a falta de ódio e ressentimento secou a inspiração dos autores, mesmo a meio de
apelos e
alertas, e
provocações pouco ou nada disfarçadas, qual Mourinho antes de um
derby. Isto não é uma tentativa de instigar más relações entre os membros do
staff, mas considerem isto uma daquelas bocas foleiras que se mandam no meio de cervejas e tremoços, quando se instala a monotonia.
A renomeação de "Café e Bagaço" para Ir0Ni4 - Cevada e Licor" não parece ter surtido efeito, embora eu não saiba qual a intenção por trás. Se foi como a trapalhada de chamar a PIDE de DGS, ou o CDS de "Partido Popular" e depois "CDS-PP", ou então "Clube de Fascistas Liderados por um Rabeta", acho mal. Se não passou de uma pedrada no charco... eeeeehh, que tal
espresso e aguardente?