terça-feira, 7 de abril de 2009

Espoliados ou como o telemóvel é mais uma 'manus longa' da reacção capitalista

Agora que sou uma espécie de pária social, depois de tomada a medida por muitos considerada radical, absurda, quixotesca, adolescente, marxista (apenas atrasada 200 anos) vou dizer duas ou três coisas.

Sim, prescindi do telemóvel. Não estou 'comunicável'. Morri como ser social do século XXI. Não pago renda a uma das operadoras, logo, e muito bem, vou ver a minha vida social descer em espiral, até me encontrar um dia sozinho, no escuro, sem sms's, sem toques, sem chamadas rápidas de 1 minuto, ou situacionistas de 3h (no caso de o interlocutor ser tag/extreme/extravaganza/etc).

Eu, aliás, há muito que estava numa situação tristemente atrasada. Fui dos últimos a comprar a 'revolucionária tecnologia' que permitia, agora, e segundo os vendedores da banha da cobra dourada, fazer acontecer. Sim, as fotos nos telemóveis vieram de facto permitir que vivêssemos plenamente, provar que existimos senão quem ia acreditar em nós, que estivemos em tal sítio, vimos tal pessoa, comemos certo manjar? Obviamente ninguém, as pessoas não são parvas.

Compra mais para seres feliz. ~
Queres música? BMG/UNIVERSAL/VIVENDI
Estás doente? ASTRA-ZENECA/PFIZER
Queres 'comunicar'? VODAFONE/T-MOBILE

O capitalismo, já vem sendo sabido, não tem nome nem face; apropriou-se da experiência humana e vende a retalho na net-loja mais próxima. Eles são os detentores da verdadeira e original vida.
E se eles fossem todos pó caralho que os foda?

Eu faço a minha parte, para já deixei o telemóvel...
Outras 'radicais' ideias se seguirão!

Nenhum comentário:

Postar um comentário